27 de dez. de 2013

Música gospel no restaurante?



Recebi um convite no Facebook para ir a um restaurante, até ai tudo bem. O "problema" começa quando este convite não era apenas para ir jantar em um lugar, mas sim, porque neste lugar ia ter música ao vivo, e também não somente música ao vivo, mas música gospel ao vivo.


Confesso que fiquei meio chocado na hora, pois não esperava ver tão cedo a música gospel desta forma, sendo tratada como música secular em Porto Alegre.

Sabe, não sou de todo, contra ouvir um louvor ou uma adoração quando estamos comendo, em casa muitas vezes eu já fiz isso, mas neste caso dentro de um restaurante me pareceu um tanto que chocante, tendo em vista que todas as sextas-feiras vão se repetir esta inusitada “atração”.
Alguns dias depois um amigo veio me falar sobre este restaurante e me convidar para ir jantar e ouvir um louvor. Minha primeira reação foi rir dele (eu não devia ter feito isso). Depois ele questionou, perguntado o que houve, e eu disse:



- Cara daqui a pouco estarrecemos nós vendendo pedacinhos da cruz de novo.

Percebi que ele entendeu na hora o que eu pensava a respeito do assunto, e disse:


- “tu é uma pessoa ambígua, logo tu que parece um cara tão “cabeça aberta” para muitas coisas, como pode ter um pensamento assim?” 


Então ouvi dele exatamente o que eu queria que ele dissesse, e falei.

- Não vai demorar muito para vendermos um Jesus dentro de um potinho para as pessoas levarem pra casa. Louvor a Deus não é comércio, se eu vou em um restaurante com música ao vivo para comer, eu ouço música, canções simplesmente que falam de sentimentos universais como o amor de um homem por uma mulher, até porque crente também ama desta forma.


Ele disse:

- O Cristão já tem poucos lugares para ir, este seria mais um lugar para ouvir uma música comer, e se distrair.


Retruquei:

- Cara, como tu vai estar comendo um rango e conversando com seus amigos e louvando a Deus?

Para o Cristão, música não é somente música. A letra tem que ter respaldo bíblico e a canção tem que ser espiritual.




Já que falamos de comida e louvor, vamos ver esta passagem de Levítico 7:12


“Se alguém a fizer por gratidão, então, junto com sua oferta de gratidão, terá que oferecer bolos sem fermento e amassados com óleo, pães finos sem fermento e untados com óleo, e bolos da melhor farinha bem amassados e misturados com óleo.”

Este versículo nos fala sobre a lei do sacrifício pacífico, uma oferta que o sacerdote preparava para Deus, e dela podemos tirar muitos ensinamentos, aqui vou fazer apenas 3 observações.


1° - Oferta de gratidão: Para Deus não podemos ofertar nada e cobrar algo em troca, Deus nos abençoa e dos dá o maior das dádivas a graça de graça. Portanto uma oferta de gratidão a Deus não passaria por este primeiro filtro, tendo em vista que teríamos que pagar pela janta no restaurante. Não sei se os músicos receberão para tocar na noite, mas se isso ocorrer, já receberam sua recompensa aqui.


2° - Bolo sem fermento: O “pão asmo” é simplesmente farinha e água, sem adição de fermento que é a mistura que apenas incha e faz crescer. O fermento não dá consistência ao pão apenas o faz maior. Como poderíamos fazer um louvor a Deus em um banquete comendo e bebendo ouvindo música gospel e conversando? Lugar de Louvor e Adoração (aqui referidos a arte/musica) é na igreja, no seu quarto ou em qualquer lugar onde sua música seja boa ou ruim toque o coração de Deus.


3° - “amassados com óleo”, “untados com óleo”, “misturados com óleo”: Aqui um dos aditivos mais importante para o louvor e adoração, o óleo, que a bíblia nos traz sempre com a analogia do Espirito Santo de Deus. Para nós uma igreja pentecostal eu fico imaginando no restaurante os irmãos comendo e se renovando no espírito, gente fazendo o pedido e outros falando em línguas em meio a música gospel.



Concluo dizendo que no atual cenário da música religiosa no Brasil, temos canções que falam mais das experiências pessoais com Deus do que propriamente de Deus, mais temas de autoajuda do que de ajuda do alto, poucas são as músicas que enaltecem os atributos de Deus e falam da redenção, da salvação pela cruz. Culpa de todos nós que compramos e consumimos música ruim por não conhecermos e praticarmos mais a palavra de Deus.
 
Quando leio o que o apóstolo Paulo fala em Filipenses 1:29

...” pois a vocês foi dado o privilégio de, não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele” (Nova versão internacional).


Eu não consigo visualizar um monte de cristão comendo, bebendo e louvando e adorando a Deus,  você consegue?
É bem possível que, talvez, como diz um amigo meu: "tu é um velho, chato" ele tenha razão. Queria sentir paz e poder fazer estas coisas sem ser tão "chato", mas existem coisas que ainda não consigo fazer dentro do cristianismo, pois são exatamente as coisas que eu fazia fora dele.



Augusto Marques

6 comentários:

  1. Este meu amigo Augusto, sempre com opiniões fortes... e as vezes contraditórias.

    Quer dizer que se é música secular pode, mas se é sacra não pode? Quem quer comer, come, quem quer ouvir a música, ouve.. se atingir uma pessoa, já não vai ser um resultado aceitável?

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  2. Grande Samuel, me convidaram para cantar umas semanas atrás... disse que ainda não poderia aceitar, mas se Deus mudar meu entendimento uma hora ou outra eu posso aparecer.
    É claro que em hipótese alguma eu poderei excluir a “margem de assertividade” que existe dentro de qualquer atitude que temos quando fizemos a obra de Deus, tendo em vista que sempre alguém vai analisar e reter o que é bom, mas vale ler 1Jo4:1

    Eu entendo que de um todo, não é muito assertivo o evento pois não serve como um evento de louvor, nem de adoração e muito menos evangelístico uma vez que não existe espaço para exposição da palavra, não me venha dizer que a ministração fará esta parte. Ou alguém vai comer "X" em um lugar porque lá alguém estará pregando? Ministrar enquanto outros comem e conversam é inconveniente e pode parecer engraçado, para isso se exige atenção.

    A reflexão que eu quero trazer (gerar desconforto) é que estamos tratando a nossa música cristã (gospel) como apenas música, antes de entrar na igreja toquei e cantei música apenas por música e não quero mais ser raso e superficial como antes. A leitura que tenho disso tudo é que no nosso anseio por não vivermos mais uma religião, mas sim um cristianismo livre em Jesus nos deparamos muitas vezes com esse tipo de evento. Existem crentes que acreditam não poder tocar música secular ou não poder ouvir música secular. É bem verdade que a nossa falta de conhecimento da palavra nos faz errar e deixar de viver um evangelho livre em Jesus.
    Vou tentar ser claro: A palavra de 1 Coríntios 10:23 me revela que eu posso tocar música secular, ouvir e ir a um show, no entanto não o faço porque prefiro as coisas de Deus.
    Os crentes de hoje cresceram em baixo da mão de ferro da religião e correm contra o tempo para tentar viver aquilo que nunca puderam viver ou não sabiam que existia. Cresceram ouvindo que isso é de Deus, aquilo é do mundo se fechando assim dentro do ostracismo religioso. E deixaram de fazer inúmeras coisas por amor de cristo, abrindo mão do que gostam e entraram na regra do medo, a regra do "Deus castiga".
    A luta contra a religiosidade em nós muitas vezes nos impulsiona a errar nos levando a fazer ações "inovadoras" de pouca assertividade.
    Devemos voltar ao evangelho reto, e sem frescura o evangelho que converte e não apenas convence.
    Se eu quero que alguém se converta, que seja falada a palavra de Deus.
    Se eu quero adorar a Deus, eu o adoro "em espírito e em verdade" independentemente de haver música ou não.
    Se eu quero tocar música para fazer "sucesso" e ser conhecido, apenas por status, que eu faça isso no mundo e não na igreja que é lugar de gente que "nega a si mesmo".
    Nós como músicos cristãos contemporâneos temos o dever e a responsabilidade de nos sujeitarmos mais a palavra de Deus, e seguirmos o que a doutrina nos ensina: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." 2 Timóteo 2:15
    Concluo dizendo que:
    Nos jovens como futuro da igreja no mundo, temos que lutar e defender um cristianismo verdadeiro para não voltarmos a viver uma inquisição ou guerra santa remodelada nos moldes no século 21,quando usamos o nome de Deus e sua “margem de assertividade” para justificar nossas vontades.
    -
    Sabe que te amo meu irmão, estamos juntos nessa batalha!
    Abraço

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  3. A música hoje e usada de muitas formas para influenciar o mal,se uma música de e para influenciar o bem entao ela tem que estar sim em todos os lugares,..indepedente se e para louva ou só acalmar um coração que chegou ali para beber todas e chegar em casa e fazer algo de ruim..

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  4. Se for assim os testemunhas de Jeová tem testemunha dentro da igreja...
    Fala sério...

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  5. Pense num anjo a imagem dele sempre e usada como protetor enviado por Deus..
    Quem sabe quão bem uma música gospel pode fazer para uma pessoa,..
    Quem sabe aquele cantor ali naquele dia não foi um anjo,quem pode dizer que Deus nao queria ali guiando alguém fora da doutrina que precisa de ajuda,que precisa de uma direção...

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  6. Deus é amor,(mas nao só pra quem tá dentro da igreja ele ama todos iguais,mas cada um e responsável pelos seus pecados,mas se o arrependimento for verdadeiro de novo todos somos iguais pois ele perdoa.)

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